LOCAL: Palacete de S. Pedro - Junto aos Bombeiros da Cruz Verde - VILA REAL
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O Consumo Responsável
Todos os dias consumimos produtos e no momento da compra tomamos decisões. Por vezes acontece que compramos produtos muito baratos, outras muito caros. Quando são baratos pensamos que comprámos uma pechincha, quando são caros pensamos que comprámos um produto de alta qualidade. Raramente pensamos na possibilidade de estarmos a pagar um valor que nada está relacionado com a sua qualidade ou com o custo da sua produção. Esta última possibilidade torna o acto de consumir num gesto que pode ter consequências graves.
Quando compramos a um preço menor que preço real do produto, podemos pensar que o trabalho de alguém está a ser negligenciado. Estas pessoas podem ser aquelas que vemos na televisão associadas com a palavra “pobreza”. Mas também podem ser mais próximas como os nossos pequenos agricultores que aos poucos têm que abandonar o campo por não conseguirem competir com os preços impostos pelo mercado.
Quando compramos produtos com um valor maior do que custa produzi-lo, também tem repercussões, neste caso há pessoas que estão a enriquecer sem participar realmente no processo de produção. Estamos a referir-nos principalmente aos grandes comprimentos que podem ter os canais de distribuição, por vezes os produtos que consumimos passaram até por oito intermediários. Por outro lado, e não menos importante, as nossas decisões tem consequências sobre o meio ambiente e a qualidade dos produtos que consumimos. Os produtos convencionais são produzidos com grandes quantidades de inputs, entre eles há produtos químicos que são utilizados para eliminar pragas e outros produtos para aumentar a velocidade de crescimento dos cultivos. Estes produtos acumulam-se na cadeia alimentar e o gado também os consume. De forma que quando os alimentos chegam ao mercado estão carregados destes químicos.
Existem limites fixados pela lei para estes produtos químicos, mas a lei não contempla os efeitos acumulativos destes produtos no nosso organismo nem o facto de que uns compostos podem aumentar ou diminuir os seus efeitos quando actuam em conjunto.
Além disso estes produtos químicos, não só eliminam a fauna e a flora que compete com os nossos cultivos, como eliminam também aquela que melhora a estrutura do solo ou a quantidade de matéria orgânica nele. Portanto, quanto maiores quantidades de produtos químicos aplicados no solo, maiores quantidades serão precisas no futuro.
Parte destes produtos químicos não são consumidos pelas plantas. Estes às vezes degradam-se com o tempo, mas geralmente são arrastados pela água da chuva e chegam a aquíferos e rios contaminado a água disponível para o consumo humano e com graves consequências ambientais.
Como podemos observar, as nossas decisões à hora de consumir afectam em grande medida outras pessoas, o meio ambiente e a qualidade dos nossos alimentos.
Mas o que é que podemos fazer?
Existe um tipo de agricultura chamada agricultura biológica, ecológica ou orgânica que produz conforme a uma série de princípios entre os que se encontram, não utilizar produtos químicos de sínteses e estabelecer circuitos curtos na cadeia agro-alimentar eliminando intermediários.
Para conseguir estes objectivos, em alguns lugares da Europa estão a começar a criar-se grupos de consumo responsável.
Como é que se cria um grupo de consumo responsável? Que problemas encontramos para cria-lo?
Karen Alexander Guirao trabalha desde há dois anos no grupo de consumo responsável “Coccinela”, em Múrcia, Espanha. No dia 24 de Julho estará connosco em Vila Real para falar da sua experiência e para debater esta problemática.
Desde aqui desejamos um mundo sustentável e advogamos pelo nosso direito para decidir o que consumimos.