Em regiões onde predomina a pastorícia de ovinos, a lã constitui a matéria – prima primordial das vestimentas tradicionais. Os ovinos da Raça Churra Galega Mirandesa são reconhecidos pela sua aptidão para a carne, mas também pelas fibras de lã forte e compridas usadas tradicionalmente para o fabrico das capas de honra Mirandesas, casacos, meias e tapetes de artesanato regional. A mecanização veio facilitar os modos de produção, acabando até em muitos casos por suprimir processos artesanais que hoje, só os mais antigos sabem contar. Actualmente a lã não tem valor de mercado, na maioria dos casos os produtores vendem-na a preços irrisórios que não cobrem sequer os encargos com a tosquia. Assiste-se portanto ao desaproveitamento de um recurso com grande potencial, que poderia incrementar o rendimento de pastores e criadores e ser uma mais-valia em termos de valorização das raças autóctones de ovinos. Com esta actividade pretendemos alertar para o papel fundamental da valorização de um produto com grande importância em termos sociais e culturais, bem como divulgar as práticas tradicionais relacionadas com a sua transformação. |