Portugal tem vindo a apostar em politicas energéticas e construtivas, como a grande maioria dos países à escala planetária, que assentam no petróleo como a principal fonte de energia. Apesar de dispormos das melhores condições para outra política energética, baseada em energias renováveis (vento, sol, hídrica, bio massa) e no uso de materiais naturais e saudáveis (bio degradáveis, obtidos através de novas tecnologias de construção e processos ecológicos) na construção, teimamos em contribuir para que "40% dos gastos de energia sejam gastos na construção e 40% da poluição resultar da indústria da construção" (relatório "Handbook of Sustainable Building", 1996, Ed. James & James, London).

Hoje, assistimos a um transversal despertar da consciência ecológica, na sociedade. A Europa, avança com programas como o "Thermic" e o "SHE" (Sustainable House Europe), a desenvolver por toda a comunidade europeia no que diz respeito aos métodos de construção, aos materiais utilizados, às opções energéticas e na manutenção climática dos edifícios.

Estas jornadas, pretendem assumir o compromisso de contribuir, para a disseminação de alternativas ao modelo construtivo convencional estabelecido, tão característico pelo esbanjamento energético e a problemática da utilização de materiais poluentes. Os principais objectivos são atrair, informar sensibilizando, todos os participantes a intervir na concepção, construção e reabilitação dos edifícios e espaços, com uma atitude fortemente motivada na criação de construções sustentáveis, com valor ambiental e social acrescido.

A ALDEIA, no seu âmago uma associação com uma visão holística, tem também deste evento, uma concepção pluridisciplinar. Mais do que "apenas" contribuir para a hegemonia vigente em torno de (importantes) discussões como a "sustentabilidade?" ou "energias renováveis?", pretendemos no âmbito da eco construção, trabalhar na compilação e preservação das técnicas tradicionais. Estas, fortemente enraizadas nos materiais e recursos autóctones, na paridade ecológica, e onde a reciclagem e a reutilização de materiais sempre foram uma nota dominante.

Ao saber ancestral importa, quais fiéis jardineiros, enxertar a vanguarda e a modernidade.